Bioceânica

Retrospectiva 2023: Rota Bioceânica avança rumo à prosperidade

Corredor rodoviário de cerca de 2.396 quilômetros liga Brasil ao Paraguai, Chile e Argentina

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Keyla Santos
Mega estrada liga o Brasil aos portos do Chile (Foto: Toninho Ruiz/Divulgação)

A Rota Bioceânica está quase pronta para cumprir a função sonhada por seus idealizadores: ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico. Em 2023, o projeto teve grande evolução física. A mega estrada já está praticamente finalizada, faltando agora uma ponte ligando Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta, no Paraguai.

O corredor rodoviário de cerca de 2.396 quilômetros liga o Brasil ao Paraguai, Chile e Argentina em paisagens incríveis na beira da estrada. A rota promete trazer avanços em desenvolvimento econômico para  MS e todas as cidades pelas quais passar. 

Em Novembro, uma expedição partiu de Campo Grande para explorar a Rota. Autoridades e empresários viajaram pelo traçado considerado um caminho viável para o progresso em conjunto dos quatro países.

Ponte está sendo construída (Foto: Divulgação)

Abaixo, o Diário Digital traz uma análise sobre a evolução obtida neste ano.

Durante o mês de maio o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), esteve presente em Porto Murtinho e representando o governador Eduardo Riedel na primeira edição do Ação Cidadania e contava cerca 20% das obras executadas, a ponte da Rota Bioceânica ligando a cidade de Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta, no Paraguai tem previsão de ser inaugurada no primeiro semestre de 2025.

Ligação entre a BR-267 a ponte Internacional sobre o rio Paraguai 

Desvio que será feito (Foto: Reprodução)


A construção da importante infraestrutura que marca a entrada da Rota Bioceânica está prestes a iniciar, com o início dos trabalhos no acesso rodoviário de 13 quilômetros que conectará a BR-267 em Mato Grosso do Sul à ponte internacional sobre o Rio Paraguai. O aviso de homologação e adjudicação, emitido pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) Superintendência Regional no Mato Grosso do Sul e publicado no Diário Oficial da União, revela o vencedor da licitação para a construção do acesso à ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta.

O Consórcio PDC Fronteira, composto pela Construtora Caiapó e pelas empresas DP Barros – Pavimentação e Construção, e Paulitec Construções, será encarregado da realização da obra, com um investimento total de R$ 472.410.911,22. O consórcio terá a responsabilidade de desenvolver os projetos básicos e executivos de engenharia, além de executar as obras de implantação e pavimentação do acesso à ponte internacional sobre o Rio Paraguai, o contorno rodoviário de Porto Murtinho na BR-267/MS e o centro aduaneiro de controle de fronteira. O prazo estipulado para a conclusão das obras é de 26 meses.

Orçamento - A construção da ponte internacional, a cargo de um consórcio binacional, representa um investimento de US$ 85 milhões, equivalente a R$ 425 milhões (de acordo com a cotação do dólar de ontem), provenientes da administração paraguaia da Itaipu. Com uma extensão de 1.310 metros e largura de 20,10 metros, essa estrutura desempenha um papel crucial na concretização da Rota Bioceânica rodoviária. Essa rota, ao ligar o oceano Atlântico ao Pacífico no Chile, tem Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, como ponto de partida no Brasil.

Quanto ao acesso à ponte do lado brasileiro, que abrangerá 15 quilômetros a um custo total de R$ 180 milhões, o secretário informou que o governador Eduardo Riedel recentemente se reuniu com o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes) para discutir a licitação do acesso à ponte com recursos do Governo federal.

III Expedição na Bioceânica 

Trajeto pelo qual a expedição passou (Foto: Reprodução)

Expedição - Em Novembro foi realizada a 3° expedição da Rota, a ultima tinha acontecido em 2017 há seis anos atrás. Com uma extensão de 2.396 quilômetros, a Rota Bioceânica conectará o Brasil ao Oceano Pacífico, atravessando Paraguai e Argentina antes de alcançar os portos chilenos. Conforme indicado por estudos da Infra S.A., a empresa pública federal encarregada do planejamento e estruturação de projetos no setor de transportes, essa rodovia tem o potencial de encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros a rota marítima para as exportações brasileiras destinadas à Ásia. Em uma jornada com destino à China, por exemplo, isso pode resultar em uma redução de tempo de cerca de 23%, equivalente a aproximadamente 12 dias.

Esta diminuição prevista deverá ter um impacto direto no aumento do comércio exterior com os países da Rila, a saber: Paraguai, Bolívia, Argentina e Chile. Tal desenvolvimento reforçará ainda mais esse mercado externo, já considerado um dos principais para Campo Grande e Mato Grosso do Sul. O primeiro carreamento a trafegar pela Rota de Integração Latino-Americana (RILA), será uma carreta de carne bovina oriunda do estado do Mato Grosso do Sul sairá da unidade Friboi de Campo Grande 2, fará travessia de balsa pelo Rio Paraguai, passará por várias cidades argentinas, até completar seu destino na cidade de Iquique, no Chile. 

Enquanto Mato Grosso do Sul se prepara para a Rota Bioceânica, especialistas já apontam algumas tendências e perspectivas do ponto de vista econômico, com a implantação desta nova alternativa para alcançar o mercado asiático. A professora Doutora Luciane Cristina Carvalho, coordenadora do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), estuda a Rota há cinco anos. Para ela, a Rota Bioceânica terá como principal atrativo a inclusão de produtos locais.

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